Monday, October 31, 2005

London Calling to the underworld

A noite comeca as cinco da tarde aqui, e Londres da a impressao de chover sempre. Caminho sob um ceu que desagua na beira do Thames, sem me preocupar se me molho ou nao. Prefiro assim, tenho a cidade soh para mim, Londres eh soh minha, como uma amante e confidente. Sento num banco e aprecio as luzes da cidade se refletindo no rio, e percebo uma placa pregada no banco: "Everybody needs a place to think". Um barco de lixo passa. Um barco de turistas um pouco depois. Vejo o tempo se esvaindo no contar das gotas, no ondular das onndas que elas criam na agua escura do Thames.

Aproveito a felicidade da solidadao; solidadao nao concentida, mas meticulosamente conquistada. Fecho os olhos e sinto os ultimos pingos da chuva que se vai na minha cara, como se recebesse milhoes de beijinhos molhados. Agora Londres nao eh soh minha, a cidade se inunda de gente novamente, pessoas que haviam procurado abrigo da chuva, e que agora abastavam as labaredas e as avenidas como formigas num formigueiro.

Desco o metro e volto pra casa. Acordo no dia seguinte resfriado.


Rodrigo Boro

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