Joao calejou. Um paria, um fantasma. Esquecido, nem gente nem bixo. Invisivel. Teve dias que preferia ter morrido, pois aos mortos sempre lembravam. O que era pior, quando alguem passava a sua frente, fingia nao ve-lo. Aos poucos Joao se tornava um recluso e soh saia debaixo da sombra de sua arvore para comer. Do alto de seu morro via a cidade se movimentar como uma peca de relogio aberta, seus habitantes comprindo funcao exata e sistematica para o funcionamento da maquina, e o tempo passava. Joao contemplava o ceu e o universo. Sua mente viajava entre as estrelas e o infinnito. Comecou a ter uma nocao melhor das coisas, do significado da vida.
Em um belo dia, quando olhava uma formiga que carregava um pedaco de folha para sua rainha, um estalo lhe veio: finalmente compreendera. O que? Ora, tudo. Entendera tudo. Comecou como ideia, depois virou verdade e por fim certeza. Joao riu. Melhor: gargalhou. Nao que achava aquilo engracado, nem tampouco gozava da verdade universal. Joao riu nao porque a verdade era bananal, mas sim porque era obvia.
Monday, February 25, 2008
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