Wednesday, November 07, 2007

A historia de Joao parte 3

Ela jurou um dia casar com Joao, mas isso foi antes de joao morrer. Claro que jah sabemos que Joao nao morreu, mas para ela sim: se vestiu de preto, fez luto. Quando avistava Joao andando pela praca, desmaiava: "vi um espirito" dizia. Dineide morava com sua irma mais velha, Joana, numa casa de dois comodos. Vivia as custas de costuras que fazia com a irma para as damas mais ricas da cidade; fazia bordados, vestidos, lantejoulas e tinha a fama de perfeccionista. Era relativamente jovem, estava no comeco de seus vinte anos, e poderia se casar de novo. Pretentende nao lhe faltara, era bonita: loira de olhos claros, corpo esbelto, olhar sereno. Os homens sempre a lhe cortejavam nas poucas vezes em que deixava a casa: ia a igreja todos os dias, e quando era nescessario ia ao armarinho. Joana insistia a irma a aceitar um dos convites: "o tempo passa e vc vai ficar sozinha". Dineide respondia: "sempre terei a ti, irma".

Claro que no fundo do amago queria sentir o calor de alguem, um toque mais intimo. Mas nao se entregava. Dineide soh amou a um homem, e a um homem soh amaria. Amou Joao, e Joao morrera. A ela soh restava a igreja, e a esperanca de um dia reencontrar seu amado em um lugar melhor.







Dineide continuou por mais 40 anos indo todos os dias a igreja, vestida de preto, ateh o dia em que morreu. Sua irma morrera cinco anos antes dela, e a Dineide nao se restou ninguem. Solitaria, o povo da cidade, nos anos antes de morrer, a apelidou de Viuva Negra. No final, ela jah nao costurara, quase nao comia, tinha dificuldades para andar e perdera a nocao das coisas e do tempo. Confundia as pessoas, as vezes chorava no meio da rua, pensando ser aquele o dia em que Joao morrera. Nao lhe restou um centavo, e nunca suspeitou da pessoa que lhe deixava na porta algum dinheiro e um pouco de comida. No dia de sua morte, estava voltando devagar da igreja quando sentiu seu coracao doer. Caiu de joelhos no meio da praca, mas ninguem a percebeu. Se pos de peh com dificuldade, mas a dor que sentia lhe tirava aos poucos a forca que lhe restara. Um homem entao lhe acudiu, a segurou na cintura e a acompanhou ateh a casa empoeirada de Dineide. Ele a pos na cama, a cobriu e beijou-lhe a boca.

Dineide, entre a dor e o canssaco entre o tempo e as coisas, entre a vida e a morte, consegui enxergar nas rugas e barbas daquele velho senhor o homem que um dia amava. Entao a dor o cassaco o tempo as coisas a vida jah nao existiam mais. Dineide morrera. Em seu enterro, ninguem chorou por ela, somente um morto que nao a teve em vida e nem em morte.

Tuesday, November 06, 2007

Friday, November 02, 2007

Body in moviment - by Rodrigo Ferreira

A historia de Joao parte 2

Agora um professor meu diria: "Cade a apresentaçåo do personagem? De onde ele vem? como ele eh? O leitor tem que se indentificar com ele". Ora, caro professor, que mais belo jeito de apresentar Joao do que comentar sua escolha pela arvore a plantar, uma existencia ligada a outra, tao importante para o desenvolvimento do personagem.

Nao eh coisa facil, imagine voce. Existem tantos tipos de arvore a ser. Saber o tipo de madeira que enfim o carregaria desta vida era tarefa ardua. Joao pensou em mogona, madeira fina, cor imponente. Pensou em carvalho, o carvalho eh mais facil de cuidar e carregar. Mas cresce muito rapido, pensou. Entao o figo, a macieira, o peh de laranja-limea, talvez alguma coisa que lhe traga sombra e comida. Alguma coisa doce. Ou o peh de canela, mas esse nao cresce muito. Pensou tanto, qual madeira se aplicava mais a sua ideologia, decidiu por uma coisa mais regional: monjoleiro, juqueri-guaçu, maricá, paricarana-de-espinho, casca-d'anta, castanheiro, eucalipito,magnolia e assim vai. Sao muitas, as arvores.

Joao decidiu por uma de cor especial, um vermelho profundo que mancha. Muito usada por ex nativos para colorir roupas, Joao achou essa arvore especial. Cresce no tempo certo, fica na altura ideal, da sombra e conforto que Joao vai precisar nos anos que ele ira viver. Pegou sua semente, escolheu um pedaco de terra boa e macia, abriu um pequeno buraco e plantou aquele pedaco de vida.

Wednesday, October 31, 2007

A historia de Joao parte 1

Decidi contar uma historia aqui nesse blog. Vou tentar ser o mais prolifico o possivel, mas se nao conseguir me desculpem, afinal sou um homem ocupado. Enfim, essa sera a historia de Joao. Voces vejam, Joao mora em um lugar ficticio, uma cidade levantada e construida no fundo da minha caxola, com personagens ficticios, nunca antes ateh entao imaginados. Se por um acaso vc conheca um Joao muito parecido com este aqui que eu vou escrever, e que mora numa cidade como essa que vc lera, entao sera uma grande coincidencia. Nossa odisseia comeca em uma momento decisivo na vida de Joao, quando por determinacao da Justica ele teria de ser cruxificado. Boa leitura:

A HISTORIA DE JOAO


Aconteceu naquele ano de a madeira acabar. Foi como se tivesse sumido: foram tantos cruxificados que a fonte secou. Tiveram de pedir a Joao para descer da cruz, pois a iam usar para construir uma casa, uma cadeira e uma pequena carroca. Vai ter de esperar, disseram a Joao, ateh que cresca mais. Por causa da secura mudaram o jeito de matar gente, e condenado agora era degolado. Joao seria o ultimo a ser cruxificado, mas a madeira era nescessaria. Quiseram degolar Joao, mas isso nunca havia sido feito: contrariar uma sentenca do Page seria contrariar o proprio Deus. A solucao encontrada foi oferecida por Joao mesmo: ele plantaria um arvore especialmente para sua cruxificacao, e ele mesmo se encaregaria de cuidar da planta, de regar e adubar, e se algo acontecesse com a arvore, entao isso poderia ser visto como um crime passivel da nova punicao.

...

7

Dia das Bruxas. Engracado, esse feriado veio de uma comemoracao paga, uma antiga religiao Irlandesa que acretiva em Leprecham, pequenos duendes e na Deusa naturesa. Claro, veio a religiao Catolica, os romanos, e proibirao tudo. Aquilo era pecado, e praticar aquilo era bruxaria. Especialmente hoje, homenageiam-se os mortos. Por isso a fantasia, os doces, a comunhao.

Vou sair a noite, feito um menino bobo, e pedir guloseimas por ai. Nao consigo decidir a fantasia, nao sei o que quero ser. Tem uma loja de fantasias aqui perto de casa, e eles tem de tudo. O mais impressionante era a roupa de Thor, eu tive de experimentar. Mas nao tinha nada que eu quis...

Pensei em ser um abacate. E por que nao: abacates sao garbosos, tem um formato diferente, sao dificeis de indentificar: ou fruta ou legume. Mas tambem pensei em ser uma cenoura, alem de serem laranjas, cor dificil de se ver por ai, cenouras vivem debaixo da terra, sao raizes. Acabei decidindo por nao ser um vegetal, nao sou uma pessoa vegetal, simplesmente nao eh quem eu sou...

O que ser entao? Talvez Thor, filho de Odim, Deus do trovao e das tempestades. Nao, nao sou loiro nem nordico. Talvez outro Deus entao; poderia ser Deus, pq nao? Deuses sao divertidos, tem poderes e poucas inibicoes, mandam enchentes por diversao, pedem para matar o filho de alguem para provar o amor por eles. Sim, poderia ser Baco, Deus do vinho! Bacanais a noite inteira, multiplicaria peixes e transformaria agua em vinho.

Bah, sem graca. Deus nao eh pra mim, acho que funciona como quem quer ser um politico: sempre as pessoas que querem sao as menos indicadas a serem. Alias, essa frase foi bem filosofica: quem sabe nao sou hoje um filosofo. Seria simples, nao teria de me fantasiar, ficaria em casa pensando sobre a vida e o sentido de tudo mais, escreveria minhas teorias e no fim me mataria por ter compreendido demais... Hurgh, nao. Muita sujeira.

Acho que terei de me contentar por ser o que eu sou, assim que descobrir exatamente o que sou. Soh espero que com a minha fantasia de Rodrigo eu ainda possa sair pela rua a pedir docinhos.

Saturday, October 27, 2007

6

Quando o meu irmao saiu do armario, meu pai nao se conformava. Primeiro, tentou convenser o meu irmao de que era anormal aquilo "vc tem certeza? pode ser soh fase...". Mas o meu irmao batia o pe: "Eh isso o que eu sou agora. Vc pode nao gostar, nao concordar, nao me importa". Papai o xingava de ovelha-negra, ameacava-o de lhe cortar a heranca. Apontava pra mim e dizia pro Dudu: "Pq vc nao pode ser igual ao seu irmao". Dudu, aos prantos, clamava que nao tinha nada de errado ser o que ele era. A situacao chegou ao ponto de minha mae ter de interferir: "Durval, vc nao pode tratar o seu filho assim. Nao importa o que ele seja". Mas nao adiantava. Mamae ateh vestia a camisa de meu irmao, mas nao era a mesma coisa.

Meu Pai acusou um amigo de Dudu: "eh por causa daquele moleque. Eu vi vcs dois juntos..." "ele nao tem nada a ver" meu irmao gritava. "Eu eh que quis". Meu pai baixa a cabeca: "O que eu fiz de errado?".

Isso foi ha alguns anos atras. A situacao, de lah pra ca melhorou. Meu pai convive bem com o meu irmao, aceita melhor o que ele eh. Enquanto a mim, eu jah vi homem trocar de namorada, esposa, religiao, emprego, cidade. Mas eu nunca vi ninguem trocar de time de futebol, e por mais que meu pai tentasse, meu irmao era o que era: Palmeirense.

Wednesday, October 24, 2007

Thursday, October 11, 2007

5

O que se estuda e discute aqui eh completamente diferente do que no Brasil. O engracado eh que as referencias sao quase as mesmas, Baudeliare, Barthes, Socretes e ai vai. Mas o enfoque eh outro. Os Europeus nao tem que se preocupar, por exemplo, se vai levar um tiro na cabeca toda vez que vai sair de casa, ou fechar os vidros do carro quando num semaforo vermelho. Isso falando numa perspectiva de classe media.

Um fato curioso, tb, eh que eu tenho mais medo do Brasil estando na Inglaterra. Quando em Sao Paulo, a violencia nao parecia tanta, ou melhor: talvez fosse normal. Minha indignacao nao era tanta, um ladrao matar ou um policial torturar era o cotidiano, nao chocava. Mas alem tambem, ha uma cultura do medo maior aqui fora. Toda vez que falo que venho do Brasil, as pessoas arregalam os olhos, prendem a respiracao. Acham curioso eu ser vivo, perguntam se eu sofro muito, ou pior: nao perguntam nada. Mas eu sei. De uma maneira, Cidade de Deus eh a realidade. Um preto revoltado com a vida e policial corrupto. Causa e consequencia, uma realidade branco-e-preto propagada por nos mesmos. Bunda e samba.

Eu digo que o pior do Brasil eh o Brasileiro. Jah fui pra Africa, e nao vi violencia. Jah fui pra Europa Ocidental, e nao se cometem crimes a tordo e a direito. O Brasil eh um paiz lindo com pessoas boas, eu vim de lah e eu posso dizer que eu amo tudo aquilo. Mas de um jeito ou de outro, sempre me traz maneiras de me deixar extremamente depressivo e triste.

Thursday, October 04, 2007

4

De alguma maneira eu sou o membro da minha familia que jah foi mais longe nesse mundo. Bem, ao menos em se tratando de lugar. Jah visitei a Africa, Europa, America do Norte. Jah fui na cidade mais ao sul do mundo, e pretendo ir para a mais norte em breve, se bem que jah fui para a escocia tb. No Brasil jah fui de norte a sul. Conheco meu estado, Sao paulo, de ponta a ponta, literalmente jah fui ateh o pontal do paranapanema. Meu litoral jah fiz todinho, fui de sao paulo ao nordeste de onibus, acampei numa ilha de pescadores. Pra baixo jah fui de onibus ateh o Rio Grande tb. Conheco mais cidades inglesas que muito ingles, mais paizes Europeus que muitos nesse continente. Jah vi o mediterraneo, Pacifico e Atlantico.

Sei que parece auto-promocao ou coisa assim, e de certa maneira eh. Vejo meu passaporte como uma conquista: nao soh dos lugares que eu jah visitei, mas principalmente do lugar de onde eu vim.

Monday, October 01, 2007

O ataque dos maldinavios sabatinos

Se fosse um lugar, seria como outro lugar qualquer: abaixo do ceu, acima da terra. Mas nao era, e por nao se saber o que era classificou-se por Ephemero. Os sabatinos, sabidos como passageiros reinantes daquele nao-lugar, quando em quando em orgiaticas refeicoes dominicais, se atracavam num combate fulgas e melodramatico.
Maldinavios, diziam sem falar.
"Except for the pink nose, he was white as a white squirrel can be. He was apparently playing with other grey blackish squirrels with pink noses. They were on a green grass of a hillside park, near a not-so-high-not-that-small tree full of brown nuts. The sun was shining bright on the blue sky illuminating those high spirited animals jumping from one place to another, their white and grey blackish tails floating on the air, squishing to one another and rubbing their heads. It was, indeed, a very beautiful scene, a ballet of very precise moves, but I disturbed everything with my look and curiosity when I came close and all the squirrels started to run away leaving me forever alone."

Thursday, September 06, 2007

3

Eu vi em um noticiario aqui da Inglaterra que recentemente foram descobertos documentos que comprovavam que la pelos anos 20 o MI5, a CIA do Reino Unido, costumava a vigiar George Orwell. Pra quem nao sabe, George Orwell cunhou o termo Big Brother (grande irmao) no livro 1984, e pros que pensam que isso eh soh um nome de um programa esdruxulo de TV, na verdade eh uma metafora de uma sociedade de controle, extremamente vigiada.

O engracado disso tudo eh que, fora o 1984, os livros de George eram sempre carregados por uma extrema paranoia. Os personagens dos romences desse escritor sempre achavam que alguem os olhava, e sempre com medo do estado. Isso era um reflexo do proprio escritor e oitenta anos depois descrobrimos que ele tinha razao. Na sociedade que imaginou e na paranoia que tinha.

2




Uma ilustracao que eu fiz...

Monday, August 27, 2007

1

Voltei... Porque se a gente continua indo, sempre dá a volta.

Eu tive a infeliz idéia, na minha despedida do Brasil, de jogar futebol com os amigos. Torci meu tornozelo três dias antes de partir. Aparentemente, nao se viaja engessado, entao comprei uma tala removivel, bem moderninha. Cheguei no aeroporto, com meus pais, meu irmao e a tia Fatima. Por causa da tala, eu furei a fila das bagagens, e me arranjaram uma cadeira de rodas. No aviao, nao dormi. Por onze horas. Cheguei a França, me arranjaram uma cadeira de rodas pro translado. Porem, aqueles malditos franceses. Ai que raiva.

Uma mulher veio me buscar, na porta do aviao, com a cadeira e me levou ateh uma parte do terminal. Ai apareceu um novo cara, num carro, pra me levar pra outro terminal. Chegando nesse outro terminal, fui deixado numa sala, e me pediram para esperar que outra pessoa iria me buscar. Meu voo era as 12:20. Eu esperei quarenta minutos por esse filho da puta, que nao apareceu. 12:50, me desesperei e fui, andando, para o portao. Porem, vc mesmo no translado, na porra da França, eh revistado. Entao uma mulher, outra grandessissima filha de uma puta, me fez tirar tudo da minha mala de mao, e tambem me fez tirar a tala, e nao bastasse isso, me fez andar no detector de metais. Passado isso, eh logico, meu aviao decolou sem mim. Indignido, eu fui informado, educadamente pela mulher da Air France, que a culpa era minha, que nao esperei.

Bom, remarquei outro aviao pra duas horas depois. Cheguei em Londres, cadeira de rodas me esperava, imigraçao e essa coisa toda. Na hora de coletar a bagagem, eis que descubro outra peripecia dessa merda de compania aerea: eles haviam esquecido a minha bagagem. Fui ao balcao proprio para isso, preenchi o formulario, e me avisaram que eu nao precisava me preocupar, a minha bagagem estaria em casa no mesmo dia. Caso ao contrario, a Air France teria de dar um dinheiro, ou um kit, pra escova de dente, desodorante, shampoo, sabonete e uma troca de roupa. Mas como era no mesmo dia que eu teria a minha bagagem, nao precisavam.

Eu soh fui ver a minha bagagem dois dias depois. DOIS DIAS DEPOIS.

E em um cartaz escrito: "Welcome back Rodrigo. We missed you"

Monday, March 19, 2007

Hoje eu vou pro aeroporto, dormirei lah, jah que o meu voo sai de manha, e amanha estarei no Brasil. Por sorte achei uma conexao de internet, entao posso me despedir desse blog apropriadamente. Gostaria de ir embora e mandar um aceno quando olhar pra traz, eh mais facil e indolor, mas nao eh proprio. Afinal foram dois anos de contos e nao se vai assim, com um aceno. Queira primeiro, meu blog, pedir-lhe desculpas pelas mentiras verdadeiras e verdades duvidosas, vc sabe que foram todas sinceras. E mais ainda pelos omissos, nunca se sabe quem vai ler, e sempre eh bom guardar um misterio. Pelos tempos em que o esqueci, estava ocupado, ou mesmo com preguica. Obrigado pela compania.

E com um abraco (e um sussurro no ouvido) nos vamos.


Te vejo em breve.



Adeus.

Thursday, February 22, 2007

Elenor Rigby

Um amigo um dia me falou que nesse vida eh preciso ter prasos. Nao importa o quanto, ao menos que vc cumpra aquilo que vc quer no tempo que se deu. Determine o que vc quer, ele me disse, e quanto tempo vc se dah pra chegar naquilo. E se esse tempo passou e vc nao conseguiu, azar.

Sete meses e eu me dei mais um ano. Vim com algumas coisas em mente. Queria uma pos, mas isso eu joguei pra cima. Era muito caro, mais do que eu esperava. Mas tentei. Queria ir ao maximo de shows que pudesse: fui nos do U2 (argh), kings of Leon (duas vezes), Iron Maiden, Foo Fighters, Pixies, Iggy Pop, Mark Knofner, Paul Maccarteney, White Stripes, Audioslave, Strokes, Frans Ferdinand, The Killers, Kaiser Chiefs, Buzzcocks e varios outros que nao me lembro mais. Eu comprei um skate e andei com ele por uns bons tres meses, ia pra todo lugar, atropelava pedestres e era atropelado por carros (duas vezes) e caia muito, muito.

Comprei uma bicicleta tambem, mas essa eu soh usei por um mes. Me lembro uma vez de quase ter morrido com ela: estava andando de calca jeans numa via expressa quando a barra enganchou no pedal. A bicicleta trepidou, eu nao conseguia pedalar e meu equilibrio foi dificultado jah que o meu corpo teve de se inclinar um pouco mais pra direita. Nao cai por desespero, quando vi um enorme onibus de dois andares, um juggernaut vermelho atras de mim, forcei a calca ateh rasgala completamente. Recuperado o equilibrio parei na calcada e calmamente andei de volta pra casa.

Queria viajar: conheci Paris, Bruxelas, Liverpoll (piscina de figado), Dublin, Berlin (ah!), Auschwits, Krakovia, Amsterdan, Edingburgh, Oxford, Cardiff, Hannover e estou indo pra Marrakesh. Ainda queria ver mais, fiquei devendo a sicilia, Praga e Turquia, mas fica pro proximo ano (novo praso).

Aprendi ingles, desaprendi portugues. Conheci amigos novos e pessoas que dificilmente reverei nessa minha vida. Mas nunca se sabe. Conversei com gente de paises dos quais nunca ouvi falar: do leste europeu, alguns africanos, um monte de arabes e alguns asiaticos. Um de uma ilha no sul da Africa dominada pela Franca. Eu esqueci o nome da ilha, mas o ser parecia saido de algum elo perdido. Meus amigos da Costa do Marfin, nos quais prometi visitar-los.

Tive de me virar e agora eu sei cosinhar, lavar e passar, o que de fato nao eh tao dificil. Queria poder dizer que estou mais organisado, mas chegeui a conclusao que isso estah no meu gene, eh incuravel. Nao me incomodo porem: me acho na minha bagunca. Alem do mais, uma gaveta em ordem eh uma gaveta vazia.

Me dei esse praso, e eh com satisfacao que estou indo embora. Sinto que conquistei o que queria. Agora me dou novos prasos, coisa minha. Alias, passei num exame e comeco em setembro minha pos-graduacao, mestrado na area de fotografia pela Kent University of Arts. E quero passar o ano novo desse ano na Polonia, nas montanhas e no meio de muita neve. E o natal em Praga!!! No ano que vem quero jogar bola na Costa do Marfin, e nadar pelado nas ilhas Gregas e conhecer as piramides no Egito. Uma amiga me convidou pra visita-la no japao, e eu quero subir o monte Fuji. E definitivamente eu quero voltar a fazer alpinismo, comprar uma camera digital nova, arranjar um emprego num estudio, ler crime e castigo, dancar no casamento do meu irmao, comer uma bela feijoada, abracar minha querida mae, rever os meus amigos e familia e comer um petit gateau com o meu pai no Frans cafeh.

Eu faria uma lista completa com tudo que eu quero, com datas e praso e custo e coisa e tal. Mas eu nao sou disso. Ademais, me acho na minha bagunca.


Faltam 26 dias...

Eu vou pra minha ultima semana no emprego, depois viajo pro Marrocos. Eh claro, ainda nao tenho hotel pra ficar, nem sei quais cidades eu vou ver, mas isso deixa tudo um pouco mais interessante. Dia 15 eu volto pra Inglaterra e cinco dias depois eu estou no Brasil.


Adios

Tuesday, February 06, 2007

and if I have to go will you remember me
or will you find someone else while i'm away?
there's nothing for me in this world full of strangers
it's all somebody else's idea, i don't belong here
and you can't go with me, you'll only slow me down
until i send for you, don't wear your hair that way
and if you cannot be true i will understand
tell all the others you hold in your arms
that i said i would come back for you
i'll leave my jacket to keep you warm
that's all that i can do
anf if i have to go will you remember me
or will you find someone else while i'm away...

Tom Waits (denovo e sempre)

Quem tem estilo pode ateh ler de ponta-cabeca

Agnieszka (consegue dizer tres vezes bem rapido?)

Muro de Berlin e Londres



Frio. Aquecimento global uma ova. Aqui neva (nevou uma vez, pelo menos).

The Long Way Home

Well I stumbled in the darkness
I'm lost and alone
Thought I said I'd go before us
to show the way back home
Is there a light up ahead
I can't hold on very long
Forgive me pretty baby
I always take the long way home

Money's just something you throw
off the a back of a train
I got a head full of lightning
And a hat full of rain
And I know that I said
That I'd never do it again
I love you pretty baby
But I always take the long way home

I put food on the table
And a roof over our head
But I'd trade all tomorow
For the higway instead
Watch your back
Keep your eyes shut tight
Your love is the only thing I've ever know
But one thing's for sure pretty baby
I'll always take the long way home

I love you baby
More than the whole wide world
you are my woman you know
You are my pearl
Let's go out
Past the party lights
Where we can finally be alone
Come with me and together we
Can take the long way home

Tom Waits

Monday, January 08, 2007

Andre vai ser pai, Dudu vai casar, adriana tah de 3 meses, Glauco tah de namorada nova e Guga tambem vai casar. Talvez Noel case, nao sei, e Arturo ainda tah com a Priscila, eu acho, com a qual comecou a namorar um mes depois que sai do Brasil, e ele ainda tenta mudar o mundo, se possivel, pra melhor. O Garavelli ainda tenta Barro Branco, o Teta tah pra voltar da Australia, a Julia tah na Globo, e o Barca tb... Joana estava em Cuba, depois de pasar por Mexico, e diz que sente a minha falta. O Pedro trampa com o Ioshi, acabou de comprar uma camera nova, e faz um dinheirinho rasoavel com videos, que o Ioshi gasta com entorpecentes, tenho certeza. Guilherme continua nervoso, e com a mesma namorada, acho que quer casar tb. Delissimo trampa bastante, nao fala mais com os amigos. Dudu tambem, tem muitas responsabilidades, quer casar. Assim como Guga, que nao ve Dudu tao frequente como gostaria. Em breve os dois serao pais, como Andre, e terao motivo pra se reunir. Poderiam assistir futebol juntos, mas Guga eh corintians e Dudu palmeiras, mesmo time que Teta, Guilherme e Glauco. Eles costumavam assistir o Palmeiras juntos, mas Teta tah na Australia e Glauco foi promovido, ganha melhor, mas nao tanto quanto Barca, que mudou a pouco tempo de emisora, agora estah na mesma que a Julia, mas ele quase nunca a ve, pois tem muito trabalho. Julia se econtrou com a sua melhor amiga Adriana semana passada pra falar de gravidez, emprego, casamento e como quase todo mundo quase nunca se encontra porque estao muito ocupados entre casamento, trabalho e filhos.

Ah, e o Leandro casou.