Monday, October 17, 2005

A day in a life

Tiro as minhas conclusoes que estou sendo esquecido. No comeco recebia um monte de mensagens dizendo que eu estava fazendo falta e que todo mundo sempre perguntava de mim, e que nas rodas nos bares, nas quadras de futebol e debates sempre alguem lembrava "cade aquele rapas de oculos, o rodrigo? Grande garoto...
Vejo por esse blog mesmo, nos quais os unicos recados que recebo sao do meu irmao (mas esse tem a obrigacao de ler essa merda aqui) e de alguem querendo vender alguma coisa...
Mas outro dia, ontem pra ser exato, a palavra saudade pintou na luz de fosforo do meu computador e proveio de uma pessoa a qual guardo grande estima, mas que nem por isso me livrou da surpresa... Na duvida perguntei se era verdade, se nao era brincadeira, se o sentimento existia:

"O pior eh que existe"

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Rodrigo bobinho. Jah estah na Inglaterra ha quatro meses (ou tres?) e tudo o que ele conta eh sobre como ele mijou no proprio celular, ou o Japones dizendo que na borracha estava escrito borracha ou a briga com o chefe. Nao ha, nesse meio tempo, algo de mais interessante? Afinal, vc estah na terra das barbies e outras beldades como as Russas, as Tchecas (ai as Tchecas), meu deus, ateh as Escosesas servem! Ou seja, o que queremos saber: esse Rodrigo nao transa?
Isso nao eh da conta de vcs.
Mas como ninguem le esse blog, a nao ser o meu irmao e o cara que quer me vender alguma coisa, eu vou resistir a tentacao de manter a minha mae alienada em qualquer coisa relacionada a minha vida amorosa e contar uma historinha apropriada para a minha querida vozinha ler, pois ela eh muito bonitinha:

Estava eu tendo o pior tempo da minha vida. A balada chama Sports Caffe, e eh uma bosta. A musica eh uma bosta. O ambiente eh uma bosta. E essa bosta toda ainda tava miada de mulher. E pra piorar, as piores mulheres dentre as piores mulheres do local estavam conversando comigo e com um amigo meu. Como se ainda nao fosse ruim, elas eram brasileiras, entao nem pra praticar o ingles as barangas serviam.
Ao longe, a unica mulher bonita da balada brilhava. Era muito galanteada por ser a unica opcao. Lotado de homem em volta dela, e como toda a mulher nessa posicao de cobicada, a guria esnobava todos.
E eu com as barangas. Num momento, na frente delas, o meu amigo perguntou: "pode ir que essas dai eu nao pego. Vc pega"
O pior tempo da minha vida. "Nao. Eu to de boa". Nao sei se elas repararam esse papo, mas isso nao foi o suficiente pra afugenta-las. As barangas persistiam no abate.
Mas eu sentia na minha nuca um nao sei o que de olhar. Resolvi virar pra ver qual era, e percebi que a menina bonitinha, a unica, a disputada, olhava pra mim. Olhei pra baixo, talvez a minha braguilha estivesse aberta, era a unica explicacao. Nao estava.
Olhei de novo (pra guria, nao pra braguilha) e ela nao so estava me olhando como tambem soltou uma risadinha de lado. Olhei de novo (a minha braguilha, nao a guria), pois era muito bom pra ser verdade. Nao preciso mencionar que nesse interim eu estava ignorando completamente as barangas brasileiras.
Resolvi tomar iniciativa, estufei o peito e fui fundo, como o homem que sou, e aquela mulher seria minha, a sim, ela seria! Mas no meio do caminho dois ingleses chegaram conversando com ela e as amigas, entao eu achei que aquele nao era o melhor momento, e voltei para o convivio das barangas.
O pior tempo da minha vida continuava. Pra piorar o dj soltou uma musica do Michael Jackson e uma gordinha se empolgou na danca e comecou a fazer moonwalking.
Nao aguentando a musica, a gorda e as barangas, resolvi ir pegar uma cerva.
Quando voltei para o inferno que estava, percebi que a guria bonita se arrumava pra ir embora. Colocava o agasalho e pedia a bolsa para a amiga. Na hora pensei "so vai me sobrar esse tribufu que me fala". O pior tempo da minha vida.
Mas para minha surpresa, e para os que leem esse blog (meu irmao e o cara que quer me vender alguma coisa), ela veio na minha direcao, passou entre mim e o Troll que conversava comigo, olhou na minha cara, de frente, e deu uma risada do tipo "sim eu estava olhando pra vc e dando risada pra vc a balada inteira, agora estou indo embora seu idiota. Bem feito e boa sorte com o pequeno Greemilim ae na sua frente".
Eu atordoei. Foi uma risada bem literal, como vcs, meu irmao e o vendedor, podem imaginar. Agora nao tinha jeito. Deixei a cerveja e as barangas com o meu amigo, e fui atras dela, ia tentar pedir o telefone.
Quando eu chegava perto, dois ingleses, aqueles que jah a haviam cortejala, tentavam uma ultima sorte. Mas dessa vez eu nao voltei pras bruxas. Ta certo que tambem nao continuei andando; achei que a melhor opcao no momento era ficar parado e esperar os dois ingleses irem embora. Agora se vc ficou surpreso com a risada literal, essa vai ser de cair o queixo: a guria empurou os ingleses, veio na minha direcao e me deu um beijo. Eu fui catado! Ficamos assim uns dez minutos, depois ela me olhou nos olhos, deu outra risada e foi embora. O melhor foi olhar os ingleses com cara de bunda. Isso foi impagavel.

Mas a historia termina assim? Vc nao foi atras dela, nao pediu o telefone, nao combinou de sair, tomar um vinho na beira do Thames e terminar a noite bem?

Como eu jah disse, isso nao eh da conta de voces.

Rodrigo Boro

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